terça-feira, 16 de dezembro de 2008

"Há poucos que já foram, e muitos que nunca serão"

O tema sobre o qual vou escrever dessa vez surgiu por acaso, enquanto eu escrevia o parágrafo introdutório para um outro assunto, que resolvi abordar em outra ocasião. Logo que eu citei meu exame especial de Estatística II neste post que estava escrevendo, eu apaguei todo o parágrafo introdutório para escrever sobre uma das coisas que mais me incomoda na faculdade. Aliás, creio que este tema agrade bastante algumas pessoas do meu círculo de amizades, em especial o Carlos e o Hudson, já que rendeu inúmeros debates entre nós.

Vamos ilustrar a situação: um estudante de Ensino Médio/Fundamental não consegue se dar bem em alguma matéria e, por esse motivo, se vê obrigado a realizar uma prova de recuperação; agora imaginem a mesma situação com um estudante universitário. Acontece que o universitário não faz prova de recuperação...ele faz "exame especial". Ah, mas que frescura! E qual a diferença?! O cara tá no bico do urubu tanto quanto o outro, mas como ele está na faculdade o nome fica mais bonitinho. E não é apenas isso. Quando o sujeito é expulso da universidade, ele não é expulso...é "jubilado". Chique, né?! Afinal de contas, ele já não é um estudante comum de colégio, certo?!

O que acabei de escrever no parágrafo acima nada mais é do que uma simpes implicância minha, mas que serve como alavanca para aquilo que verdadeiramente me incomoda. Sinceramente, não sei qual é a razão por trás dessas mudanças inúteis que são incorporadas no meio acadêmico, mas essas que citei são apenas amostras das tentativas ridículas das pessoas de tentarem fingir que as coisas são diferentes agora que se encontram na universidade. Pura vaidade; puro teatro. E é exatamente sobre isso que gostaria de discorrer dessa vez. Concordo que a realidade universitária seja sim, diferente da realidade enfrentada nos colégios em diversos pontos e deve ser encarada com maior seriedade, uma vez que partimos do pressuposto que o curso escolhido está nos formando para aquilo que será o caminho que seguiremos para o resto de nossas vidas - ainda que seja apenas o primeiro passo nessa direção. Mas a bem da verdade, é apenas uma troca de roupa. Acontece que alguns acham que basta colocar a nova roupa para que a transformação ocorra; é como alguém que veste um traje de gala e finge um comportamento elegante, mas em sua essência continua sendo tão insignificante como antes. Muitos acreditam que basta entrar para a faculdade para que se transformem em novas pessoas, mais sofisticadas intelectualmente, como se "estar na universidade" fosse condição intrínseca para maturidade pessoal e acadêmica, mas a coisa não fuciona bem assim. Tanto é que eu conheço muitas pessoas que, apesar de estarem se graduando em algum curso, continuam sendo um tanto quanto imaturas, seja no aspecto psicossocial ou acadêmico. Por outro lado, aproveitando-se da crença que "estar na universidade é sinônimo de amadurecimento", algumas pessoas adotam uma postura pseudo-intelectual que serve apenas como fachada. E é exatamente a adoção dessa postura que me incomoda, mesmo porque a maioria esmagadora (para não dizer absoluta) dessas pessoas é completamente medíocre e com capacidade extremamente limitada. Eu não me surpreenderia se encontrasse algumas das pessoas que estudaram no meu antigo colégio e que não tinham absolutamente nada na cabeça agindo como se fossem melhores agora que estão na faculdade. Muitas dessas pessoas chegaram, inclusive, a passar para a melhor universidade de Minas Gerais, e uma das melhores do Brasil: a UFMG. E aí a coisa fica ainda mais interessante.

Passar no vestibular da UFMG também não é sinônimo de superioridade acadêmica/intelectual. Conheço pessoas que seguem o caminho perfeito para se tornarem péssimos profissionais, empurrando o curso com a barriga e/ou com uma mentalidade ridiculamente infantil. Tomando como exemplo meu próprio curso, conheço muitos que se tornarão psicólogos enquanto outros se tornarão Psicólogos. Já fui obrigado a assistir algumas apresentações de seminário que beiram o absurdo de tão ridículas para um padrão que se espera na faculdade. Mas também fui obrigado a suportar as atitudes de uma professora que encarava os alunos como uma turma de primário. E não estou exagerando quando digo isso, levando-se em conta que presenciei uma das aulas mais idiotas que já tive até hoje, ministrada por essa professora, e olha que já estamos caminhando para a metade do curso. Dois lados de um mesmo problema. Mas vamos voltar nossos olhares para os estudantes. 

Concordo em grande parte com um polêmico professor que eu tive no 1º período que costumava dizer que nós, estudantes de graduação, ainda somos medíocres no que diz respeito a leituras acadêmicas e produção de conhecimento. Acontece que alguns adotam essa postura até o final do curso ou então agem como verdadeiros atores fingindo alguma mudança, enquanto outros, de fato, correm atrás de um avanço pessoal e assumem verdadeiramente um compromisso com a vida acadêmica. Pode parecer confuso para alguns se eu de fato defendo a mudança de postura dos estudantes ou não. Defendo sim a mudança de postura, desde que não seja algo fingido e ilusório, e que o indivíduo não caia no erro de acreditar que a transformação é automática ao dizer "eu sou um estudante universitário", ostentando esse discurso como se fosse um troféu. Se a pessoa não correr atrás de uma mudança real, tudo vai continuar no mesmo lugar: um aluno em sala de aula REproduzindo conhecimento.

Agora, se me permitem, vou voltar aos estudos para o meu exame especial.

domingo, 14 de dezembro de 2008

Review de filme: Cloverfield




Finalmente! Depois de uma longa espera, consegui assistir ao filme que tanto quis ver no cinema enquanto ainda estava em cartaz e que - não me lembro o motivo - acabei não conseguindo. Como podem imaginar eu estou bastante satisfeito com o resultado, por outro lado, completamente enfurecido por ter perdido a oportunidade de vê-lo na telona, já que se trata de um daqueles filmes que eu digo que foi feito para ser visto especialmente no cinema (aliás, qual filme não fica melhor no cinema?!). Fazer o que, né? "Ah, então você se fudeu, Alex! hahah". Que nada, meu amigo. Posso não ter visto o filme no cinema, mas consegui uma aproximação muito boa disso com meu novíssimo sistema de Home Theater 5.1 mais uma placa Sound Blaster Live! 24-bit, transformada em um sistema X-Fi Xtreme Audio! HAHAHAHAHAH!

Enfim, vamos ao que interessa: o filme. Cloverfield, para quem não se lembra, é um filme no estilo A Bruxa de Blair, que citei ao escrever meu review sobre [REC].

Sinopse: Cinco jovens novaiorquinos dão uma festa de despedida para um amigo na noite em que um monstro do tamanho de um arranha-céu ataca a cidade. Contado do ponto de vista da câmera de vídeo deles, o filme é um documento de suas tentativas de sobreviver ao mais surreal e aterrorizador evento de suas vidas. (Fonte: Cinema em Cena)

Assim como em [REC] (e me perdoem desde já, mas as comparações entre dois filmes são inevitáveis), palmas para a idéia de fazer o filme na perspectiva em primeira pessoa, neste caso, trazendo à tela a perspectiva da população perante a catástrofe, o que muitas vezes nos remete às sempre presentes "filmagens de um cinegrafista amador" que acompanham os mais curiosos fatos mundo afora (aliás, me impressiona como é que SEMPRE tem alguém com uma câmera em mãos pra documentar coisas inacreditáveis). As semelhanças notadas com os desastres de 11 de setembro e as filmagens de cinegrafistas amadores (eles...sempre eles...) nesta data mostrando o desespero da população não são mera coincidência, como diz o ator Michael Stahl-David nos extras do DVD. E por falar em desespero, o filme nos passa essa sensação com eficácia, e até me espantei ao descobrir que, em várias cenas, os atores se preparavam fisicamente durante alguns minutos para já entrar em cena com a respiração pesada e ofegante sem precisar fingir isso.

Talvez o maior trunfo de Cloverfield tenha sido todo o mistério envolvendo a sua produção e que não decepcionou os espectadores ao estrear no cinema. Eu descobri o filme por acaso, durante o tempo em que acompanhava diariamente o blog de publicidade Brainstorm #9. Ninguém sabia absolutamente nada sobre o filme, nem mesmo qual seria seu verdadeiro título, e então começou uma enorme caça aos easter eggs relacionados ao filme, sempre enigmáticos e, por essa mesma razão, eficientes. Seguindo essa linha de mistério, o próprio filme nos mantém sabendo o mesmo tanto que suas personagens sobre aquilo que está ocorrendo em NY, ou seja, absolutamente nada. Isso contribui para prender a atenção do espectador, uma vez que descobrimos o que se passa no mesmo ritmo das personagens. Se alguns críticos apontaram uma falha em [REC] no momento em que este tenta se justificar (e eu não concordo nem um pouco com esta crítica), não podem dizer o mesmo de Cloverfield.

Contando com uma edição de cortes secos, fotografia propositalmente mal-enquadrada e, mais uma vez, trazendo grande tensão nos momentos em que a iluminação do ambiente não contribui para ajudar as personagens (que têm de recorrer aos limitados - porém eficientes - recursos da própria câmera), Cloverfield emprega dinamismo ao mesmo tempo em que gera desconforto e certa dose de desespero ao espectador, já que este não consegue acompanhar tudo que se passa durante todo o tempo. O efeito de flashbacks causados pelos acidentes da fita que já se encontrava dentro da câmera, que ocorrem espontâneamente ao longo do filme, trazem consigo certa melancolia no momento em que nos deparamos com um passado agradável e que entra em contraste com o futuro caótico que os aguarda. Mesmo não sendo tão cru quanto seu semelhante, já que Cloverfield se apoia muito nos efeitos visuais, também acerta ao não inserir uma trilha sonora, pois isso certamente iria arruinar o clima gerado pelo filme.

Apesar de não ser tão intenso quanto [REC], nem por isso deixa de merecer seu posto. O filme faz por merecer e ocupa um lugar de destaque por suas qualidades. Ainda estou arrependido de não tê-lo visto no cinema, mas há boatos quanto a uma continuação independente do primeiro filme. Sinceramente, não aposto todas as minhas fichas de que vá ser uma experiência tão marcante; por outro lado, aposto TODAS as minhas fichas de que o remake norte-americano de [REC] (o filme Quarentena) vai ser um desastre perto do original.

Como tive a oportunidade de vê-lo em DVD, aproveito para comentar rapidamente sobre os bons extras que o disco traz, contendo muitas curiosidades sobre a criação do filme e como fizeram para mantê-lo em segredo (ou quase isso). E se a personagem da bela atriz Lizzy Caplan (Marlena) se mostra calada e não muito simpática durante o filme, atrás das câmeras a atriz é bastante divertida.

Desapontado por eu não ter escrito uma palavra sequer sobre o tal monstro responsável por toda a desgraça que ocorre no filme? Assista e descubra o monstro por si mesmo...eu não prentendo estragar a surpresa.

domingo, 7 de dezembro de 2008

"Tem que pagar pra ver, tem que ver pra crer (...)"

Depois de duas longas semanas sem postar por aqui muita coisa aconteceu, é claro. Assisti (lamentavelmente) ao filme Max Payne, cujo maior atrativo além da direção de arte e de duas cenas à la Matrix com efeito "bullet time", foi a parte em que o alarme de incêndio do cinema disparou, causando a interrupção do filme e uma reação, no mínimo curiosa, de todos os que se encontravam na sala do cinema.

Aliás, já que toquei no assunto, vou aproveitar para me estender sobre o tema. Não sei se isso já ocorreu com algum de vocês ou se já ouviram algum caso sobre o disparo de alarmes de incêndio, sobretudo no cinema, mas pelo menos comigo foi a primeira vez que isso ocorreu ao ver um filme. Curiosamente, não funciona. Ou, pelo menos, não como deveria funcionar. No momento em que soou o primeiro toque do alarme, acredito que todos, assim como eu, durante uma fração de segundo, acreditaram que era algum som vindo do filme, até que veio o segundo som já acompanhado das luzes vermelhas e assim continuou. A projeção foi interrompida, as luzes se acenderam e......todos os espectadores continuaram no mesmo lugar. Não, não foi uma correria generalizada do tipo "Run to the hills, run for your lives!!!". Todos, inclusive eu, ficaram se entreolhando sem saber o que fazer. A primeira coisa que veio à minha cabeça foi "Caralho, eu gastei dinheiro à toa com o filme?!" (se bem que, com incêndio ou sem incêndio o dinheiro foi desperdiçado), depois "Porra, que doido! Nunca imaginei que isso fosse acontecer!" e, finalmente, meu superego resolveu entrar em ação: "Ok...não vejo chamas ou fumaça...e nem sinto o cheiro de queimado..." (superego um tanto quanto ineficiente, diga-se de passagem...). Ora, aquilo era algo inédito! Não é todo dia que um cinema da sua cidade pega fogo justamente no momento em que você decide sair de casa para ver um filme. Mas eu fiquei decepcionado com a falta de emoção da situação...é verdade.

Bom, pelo sim ou pelo não, uma turma de meia dúzia de pessoas que estavam sentadas mais à frente decidiram abandonar a sala. Perderam tempo. Assim que saíram, o alarme parou de soar, as luzes se apagaram novamente e o filme foi retomado no ponto em que havia sido interrompido. E é aí que eu pergunto: e se o cinema realmente estivesse em chamas?! Certamente que aquele que vos escreve neste momento estaria em processo de reconhecimento da arcada dentária.

Acredito que pela falta de tragédias incendiárias no nosso dia-a-dia, muitos de nós são pegos de surpresa com essas eventualidades e acabam caindo na mesma situação que eu e os outros espectadores: ficar sem saber o que fazer. Garanto que todos, assim como eu, não acreditavam que realmente estivesse ocorrendo um incêndio no local...o pior é que parecia mesmo mentira. Mesmo que SEMPRE passe aquele aviso no início de cada sessão sobre como proceder no caso de incêndios, ninguém fez a coisa da forma correta. "E a galera que resolveu sair da sala, Alex?! Eles fizeram a coisa certa!". Não, não fizeram...porque eles não saíram pela porta de emergência (ou seja, teriam se fudido da mesma forma hahahah).

Até hoje não sei se havia algo pegando fogo, se foi alarme falso ou se foi uma simulação. Seja como for, em qualquer um dos três casos, foi um tremendo desastre...sobretudo no caso de uma simulação. Agora, quem ficou realmente queimado na história foi o cinema, já que NINGUÉM, nem mesmo alguma voz do além, surgiu para esclarecer a situação para aqueles que ficaram sem entender absolutamente nada do que se passou naquele momento.

Bom, é aquela velha história de achar que tudo só acontece com o vizinho. Vai nessa, campeão...um dia você se fode.


PS.: Gostaria de aproveitar o final do post para desejar boa sorte à Erika (Erú) e à Luíza, que começaram a prova da 1ª etapa do vestibular da UFMG neste exato momento (14:00)!

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Review de filme: [REC]




Acabei de retornar da sessão de cinema e a primeira coisa que tenho a dizer é que estou tenso até agora! Para quem não sabe, [REC] é um filme espanhol que estreou sexta feira passada nos cinemas nacionais, com a seguinte história:

Sinopse: Uma jornalista e seu cinegrafista estão fazendo uma reportagem em um quartel do Corpo de Bombeiros com a intenção de mostrar o dia-a-dia desses profissionais. Mas ao acompanhá-los a uma de suas saídas noturnas, o que parecia uma ocorrência rotineira de resgate se converterá em um autêntico inferno. Presos no interior de um edifício, os bombeiros e a equipe de televisão vão se deparar com um horror desconhecido e letal. (Fonte: Cinema em Cena)
Se tomarmos como base apenas a leitura desta sinopse o filme aparenta relativa simplicidade, mas definitivamente não condiz com esta impressão. Confesso que há muito tempo eu não assistia a um filme que fosse capaz de causar no espectador a impressão de fazer parte da história, gerando sensações semelhantes àquelas de suas personagens, como é o caso do primeiro filme de Jogos Mortais, no qual você começa a entrar no mesmo jogo (psicológico) sufocante das duas personagens principais que se encontram enclausuradas no banheiro (diga-se de passagem, a franquia pecou muito por ter perdido esta característica ao longo das seqüências). Porém, com [REC] há uma ligeira diferença: você não apenas tem a impressão de fazer parte do filme e ter sensações semelhantes; você se encontra praticamente dentro do filme e, pode-se dizer que, salvo a distância entre o espectador e a tela, as sensações são exatamente as mesmas. E isto porque o filme não conta com uma filmagem convencional, mas segue o estilo de outros filmes como A Bruxa de Blair e Cloverfield (o qual, segundo me disseram, é tão eficaz quanto o filme em questão), contando com uma filmagem em primeira pessoa.

O que se consegue com este recurso é algo impressionante em termos de envolvimento. Associada aos excelentes efeitos da edição de som - que se mostram como um dos aspectos fundamentais do filme em conjunto com a forte atuação de Manuela Velasco, que interpreta a repórter Angela Vidal - a câmera de Pablo Rosso se torna nossos olhos e ouvidos, inclusive nos privando dos mesmos sentidos em alguns momentos. Por não contar com uma trilha sonora, preserva-se todo o aspecto cru da narrativa, e o fato de acompanharmos a exploração do prédio onde o filme se passa estritamente pelas lentes da câmera, nos coloca tão limitados como as personagens muitas vezes se encontram (recurso que, em determinada seqüência, é brilhantemente explorado).

Como já citei, a atuação convincente das personagens é outro ponto-chave. Mesmo não contando com nenhuma grande estrela do cinema, a naturalidade com a qual os atores entram em cena (e não confundir naturalidade com apatia) ajuda a completar o conjunto do filme. A dúvida e os questionamentos que surgem logo no início, tanto quanto o desespero que se instala continuamente, são contagiantes (nos dois sentidos, inclusive: entre as personagens e na relação espectador-filme). A curiosidade da repórter Angela Vidal (Velasco) serve como guia para que possamos, aos poucos, nos dar conta da verdadeira situação na qual todos aqueles presentes no prédio se encontram.

Apesar de apresentar-se agitado desde os seus momentos iniciais, confesso que até o final do primeiro ato eu não estava tão empolgado com as seqüências do filme, e ainda permaneci a certa distância do mesmo. Mas [REC] aumenta de intensidade à medida que avança a projeção e o envolvimento é quase que obrigatório. Da mesma forma, as sensações explosivas e a tensão permanente trazidas com o filme vão se tornando mais impactantes, chegando ao ponto de deixar o espectador quase que completamente travado no ato final do filme. [REC] impressiona justamente por não ser como os filmes convencionais de terror/suspense, já que o gênero tem perdido a força nos últimos anos.

Acredito que todos os efeitos sonoros e visuais do filme não possuam o mesmo impacto se forem vivenciados fora de uma sala de cinema, então não perca a oportunidade para vê-lo enquanto ainda estiver em cartaz. Altamente recomendado!

terça-feira, 18 de novembro de 2008

E eu que achava que já tinha visto de tudo...

Já vi diversas formas de preconceito contra meu estilo musical favorito, mas em forma de "estudo científico" é a primeira vez. Aliás, diga-se de passagem, a utilização das aspas neste caso é mais do que necessária, como irei argumentar neste post.

A "pesquisa" em questão encontra-se neste link: http://whiplash.net/materias/curiosidades/080135.html

É inacreditável como que ainda se dão ao luxo de publicar um "estudo" deste naipe. O sujeito utiliza uma metodologia de trabalho desprezível e ainda por cima faz afirmações que demonstram seu total desconhecimento sobre o próprio objeto de estudo. Qualquer um que tenha estudado um pouco de metodologia científica ou que tenha ao menos um mínimo de senso crítico é capaz de perceber como que a falta de critérios beira o absurdo.

  • "Dr. Miller, que liderou o estudo na University of Maryland Medical Centre de Baltimore, disse que as pessoas não deveriam se apegar muito aos resultados (...)". Mas isso é óbvio! Pra começar, a amostra utilizada não possui nenhum peso estatístico. É mais do que ridículo querer demonstrar qualquer relevância científica em um estudo feito com população amostral de 10 pessoas.
  • "Apesar de que pode-se argumentar que a música country é leve, espirituosa e tem muitas canções de amor". Como eu havia dito antes, o prezado Dr. Miller não possui o menor conhecimento sobre seu objeto de estudo e, como se não bastasse, ainda me solta esta pérola! E desde quando o heavy metal não possui músicas com essas características?! Aliás, como diria meu ex-orientador de iniciação científica "vocês precisam definir bem os seus conceitos", afinal de contas estas características são altamente subjetivas e em momento algum ele define o que quer dizer com estes adjetivos.
  • "Os resultados mostraram que as artérias dos voluntários abriram em média 26% mais enquanto escutavam músicas de que eles gostavam mas estreitaram em 6% enquanto músicas 'ansiosas' estavam sendo reproduzidas." Depois de selecionar uma amostra de 10 pessoas, não me surpreenderia se descobrisse que nenhuma delas escuta heavy metal, e é o que parece. O grande Dr. Miller ainda tem a cara-de-pau de taxar o estilo como sendo gerador de ansiedade e estresse, mas se esqueceu de que isso é algo completamente relativo. No meu caso, por exemplo, o heavy metal é algo extremamente prazeroso, no entanto, JAMAIS é estressante como ocorreria se eu estivesse escutando pagode ou rap/hip-hop.
Enfim, o que mais falta neste "estudo" é critério. Vários dados foram omitidos, as variáveis não foram especificadas (ou então, nem mesmo se preocuparam com elas) e o pouco que fizeram ficou mal-feito.

Ah, e não se esqueçam que "a música country, estilo John Denver, foi declarada a mais enriquecedora em termos de saúde"!!! É...parece que alguém capengou para formar na faculdade e ainda por cima recebeu uma grana fudida para fazer este jabá. É cada uma que me aparece...

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Inutilidade do mundo moderno

Quem me conhece de perto sabe muito bem que eu não gosto de conversar no telefone e que possuo uma grande antipatia por aparelhos celulares. Deixo desligado sempre que posso, e isso deixa muitas pessoas extremamente irritadas comigo. Eu definitivamente só uso o tal aparelho porque não tenho outra alternativa ao sair de casa. Antes eu era adepto dos orelhões, mas agora os tempos são outros e esta opção nem sempre é tão conveniente quanto ter um celular em mãos.

Ok, convenhamos: o aparelho tem sim sua utilidade, é claro. E muito. Mas a minha antipatia de celulares não tem sua origem no fato de eu não gostar de conversar por telefone. Vou ilustrar com uma situação real que me aconteceu ontem à noite:

Lá estava eu, prestes a dormir, quando vejo uma propaganda da Nokia na TV. Já sem as lentes de contato, mas com o ouvido ainda muito apurado, eis que eu escuto "blábláblá celular com 8GB de armazenamento!". Agora eu me pergunto: qual a utilidade de um celular com 8GB?!?! Meu primeiro computador não tinha isso tudo no seu HD! (ok, isso foi há milênios). É praticamente impossível um ser humano ocupar todo esse armazenamento apenas com um aparelho celular. Será que a maioria das pessoas tem alguma noção do que vem a ser 8GB em termos de dados digitais? Provavelmente não. E é exatamente aí que entra a questão. Qualquer um que leia isso vai pensar "ah, mas um celular tira fotos, faz vídeos, serve como rádio, mp3 player, gravador digital, navegador de internet, aparelho de TV (acreditem, é verdade...alguns fazem isso), etc". Claro, e daqui a pouco vai lavar roupa, fazer pipoca e, de quebra, um cafezinho também...mas continuam sendo uma mixórdia na função mais básica para a qual deveriam prestar: efetuar e receber ligações.

As pessoas compram aparelhos eletrônicos e pagam por funções das quais não possuem conhecimento e que provavelmente não irão nem desfrutar totalmente. Talvez, quando pararem de brincar de James Bond e Ethan Hunt com esses aparelhos ultra-modernos (e que ainda fazem muitas pessoas reclamarem da "merda do celular") e voltarem a pensar nele como algo destinado às telecomunicações, minha antipatia vá embora.

domingo, 16 de novembro de 2008

"A Conquista do Espaço"

Fui pego completamente de surpresa. Fazer este blog não estava nos meus planos...ou, pelo menos, não nos meus planos atuais.

Apesar disso, eu acredito que ele vai ser um bom companheiro, especialmente agora que as tão sonhadas férias depois de um semestre filho da puta de tão ruim estão chegando. Aliás, este último semestre, apesar de academicamente falando ter sido fraco, conseguiu sugar minhas energias...e como! Mas não estou morto, e se tem uma coisa que funciona perfeitamente bem em mim é o botão do fuck-off - simples e prático de usar! Descobri que eu estava usando muito mal o tempo que tinha disponível e, de certa forma, isso estava me fazendo sentir como se estivesse jogando fora a maior parte dele ficando à toa (sério?!) ou ocupando a cabeça com pensamentos que só serviam para me cansar mais ainda.

Enfim, o tal do semestre está finalmente acabando e eu já tenho planos para voltar a ser feliz junto da grande paixão da minha vida novamente...depois de 4 anos desperdiçados, pra ser mais exato. Não entendeu sobre o que eu estou falando? Provavelmente não, né?! Mas se tudo der certo, em breve eu tocarei novamente no assunto, mas já posso adiantar que não é nada do que você, caro leitor, provavelmente está pensando.