sábado, 18 de abril de 2009

Em algum lugar no tempo... [2]

No último post eu disse que contaria sobre os bastidores do show em um post à parte. Pois então, aqui está ele.

Podemos começar com os momentos finais antes de sair de casa em direção à Praça da Liberdade, o local de onde os ônibus da excursão partiriam. Desnecessário dizer que minha mãe e meu primo, Gabriel, estavam pegando no meu pé por conta da típica enrolação que eu arrumo sempre. Os ônibus tinham horário marcado pra sair às 23:59 (caralho, como eu tenho antipatia de coisas "imprecisas". Por quê não colocam 00:00 de uma vez?! É que nem "loja de R$ 1,99" – as mesmas que vendem coisas de todos os preços, menos no valor anunciado. Arredondem as coisas, é tão difícil assim?!?!) e nós fomos sair daqui de casa umas 23:40. Tudo bem que a distância daqui até a praça é relativamente curta, mas ainda que o Gabriel tenha inventado de comer um maldito sanduíche no Xodó em cima da hora e com apenas 1 caixa funcionando, o vilão da história pelo atraso ficou sendo eu. Bacana, né?! E eu lá segurando as pontas enquanto escutava o povo de reclamando de dentro do ônibus e o bonitão da bala chita lá, andando tranqüilamente com o lanche nas mãos.

Atrasos à parte, a viagem foi BEM MAIS TRANQÜILA do que a do ano anterior. O pessoal do Black Metal resolveu não aparecer pra colocar Belphegor às 02:00 e deixar o som comendo solto a viagem inteira. Mas rolaram palhaçadas, como sempre, e foi muito engraçado. Mas é óbvio que eu não dormi direito na ida.

São Paulo, 10:30 do dia 15 de março de 2009. Colocávamos nossos pés pra fora do ônibus em direção à fila. E que fila, puta merda! Por mais que a gente andasse não conseguíamos ver o final dela – nosso destino fatídico, já que dessa vez eu dificilmente encontraria algum conhecido bem-posicionado na fila novamente. Mas é exatamente aqui que acontece a segunda melhor parte da viagem depois do show propriamente dito. Se em uma fila de um show “comum” em BH já da pra presenciar coisas altamente bizarras, imagine em um show desse porte e na maior cidade do Brasil!?! A começar pelas situações complicadas, como a jornada que eu e o Gabriel começamos em busca de um banheiro decente pra passar um fax destinado ao rio Tietê. Depois de uma busca incansável enquanto nosso contato na fila guardava nosso lugar e as coisas que garantiriam nossa sobrevivência até a hora do show, encontramos “um achado”. Ainda bem que descobrimos o lugar antes que a mulher começasse a cobrar pelo uso hahahah. Mas, de qualquer forma, o sol castigava, e não é fácil manter-se durante horas e horas na fila ainda que estivéssemos mais “leves”.

A coisa toda começou a ficar bizarra mesmo na hora em que uma bendita equipe de reportagem da TV Cultura resolveu aparecer pra fazer uma matéria sobre o show. Cara, como eu ri. Bom, vamos à descrição do curioso “casal” de repórteres: a mulher era MUITO gata, mas Barbie demais a ponto de denunciar que ela não fazia a menor idéia do que se passava ali e que, definitivamente não fazia parte daquele ambiente; quanto ao homem, era um cara com um moicano tão estranho que levou o povo a começar a gritar “Bob! Bob!” (sim, o da Família Dinossauro!), com alguns spikes no pulso e um visual meio punk, ou seja, nada a ver com nada. Tudo bem que eles não precisavam estar com camisas do Iron para fazer a matéria, mas ainda que aquilo tudo fosse um teatro da parte deles, deviam pelo menos ter pesquisado um pouco antes, né?! Enfim...

Mas tirando as palhaçadas que o povo fazia ao pegar no pé do cara ou ao chamar a menina de “gostosa”, engraçado mesmo foi ver as tentativas de entrevistas. Sim, TENTATIVAS. Aposto que aquela foi a matéria mais difícil da vida deles hahaha. Sempre que uma entrevista com algum fã que estava na fila começava a fluir, algum espírito de porco resolvia avacalhar – e sempre havia um bando pra acompanhar, é claro. Eu estou caçando algum vídeo disso no You Tube e não encontro nem fudendo. Quando encontrar eu posto aqui.

Lá pelas tantas, enquanto nos distraíamos parados na fila e assistíamos as tentativas de entrevista, o céu simplesmente fecha do nada e começa a cair um pé d’água brutal. E quando digo brutal é porque realmente foi exageradamente forte e ventando muito. É ÓBVIO que fiquei completamente encharcado (pode parecer uma observação idiota, mas quem convive comigo sacou o motivo do comentário e provavelmente está rindo da minha cara neste momento, não é mesmo Srta. Ju?!) e não tive nem chance de me proteger e, como se não bastasse, a sensação térmica caiu bastante em contraste com o calor fudido de antes. Na mesma hora me lembrei dos vendedores aleatórios que passavam pela fila dizendo “Olha a capa de chuva! Previsão pra hoje é de chuva!”. Malditos. E é claro que nessa hora surgiram mais vendedores por brotamento, provavelmente. Acho que a coisa funciona mais ou menos no mesmo esquema dos Gremlins quando cai água sobre eles.

A chuva, da mesma forma como chegou, foi embora – do nada. A fila andou e, com um pouco de custo, entramos no autódromo de Interlagos. O lugar é gigantesco, mas devido à contribuição da Mãe Natureza, as partes gramadas se transformaram num verdadeiro lamaçal. Fomos espertos o suficiente e garantimos nosso lugar onde era asfaltado e com boa vista do palco. Dessa vez meu 1,68m não seria um problema muito grande pra visualizar o palco direito. Enquanto esperávamos até que a noite caísse e começasse o show de abertura, nos divertimos bastante com os escorregões e outras coisas engraçadas providenciadas pela lama. Aliás, foi nessa hora que um gordinho resolveu subir um morrinho na lateral do espaço reservado para o show e começou a pular de barriga, deslizando morro abaixo. O cara virou a sensação do momento e a galera toda virou pra trás e começou a assistir ao “espetáculo” do gordinho – que depois recebeu a companhia de mais uns 3 caras sem noção. Isso durou até o momento em que ele não tinha mais forças pra subir o morrinho e já estava tão tonto que provavelmente nem deve se lembrar de nada direito. Mas sou capaz de apostar que no dia seguinte, com a ressaca e os hematomas, ele deve ter se lembrado.

Finalmente, a noite caiu e daí pra frente vocês já conhecem a história...

Terminando o show, o lugar se transformou num caos e levamos quase 1 hora pra sair de lá. Se dependesse do Gabriel pra encontrar o nosso ônibus, estaríamos até hoje procurando por ele em São Paulo... Por fim, entramos no ônibus e dormimos como crianças na viagem de volta.

A propósito, aí vão alguns vídeos do gordinho escorregando morro abaixo na lama!