quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Review de filme: [REC]




Acabei de retornar da sessão de cinema e a primeira coisa que tenho a dizer é que estou tenso até agora! Para quem não sabe, [REC] é um filme espanhol que estreou sexta feira passada nos cinemas nacionais, com a seguinte história:

Sinopse: Uma jornalista e seu cinegrafista estão fazendo uma reportagem em um quartel do Corpo de Bombeiros com a intenção de mostrar o dia-a-dia desses profissionais. Mas ao acompanhá-los a uma de suas saídas noturnas, o que parecia uma ocorrência rotineira de resgate se converterá em um autêntico inferno. Presos no interior de um edifício, os bombeiros e a equipe de televisão vão se deparar com um horror desconhecido e letal. (Fonte: Cinema em Cena)
Se tomarmos como base apenas a leitura desta sinopse o filme aparenta relativa simplicidade, mas definitivamente não condiz com esta impressão. Confesso que há muito tempo eu não assistia a um filme que fosse capaz de causar no espectador a impressão de fazer parte da história, gerando sensações semelhantes àquelas de suas personagens, como é o caso do primeiro filme de Jogos Mortais, no qual você começa a entrar no mesmo jogo (psicológico) sufocante das duas personagens principais que se encontram enclausuradas no banheiro (diga-se de passagem, a franquia pecou muito por ter perdido esta característica ao longo das seqüências). Porém, com [REC] há uma ligeira diferença: você não apenas tem a impressão de fazer parte do filme e ter sensações semelhantes; você se encontra praticamente dentro do filme e, pode-se dizer que, salvo a distância entre o espectador e a tela, as sensações são exatamente as mesmas. E isto porque o filme não conta com uma filmagem convencional, mas segue o estilo de outros filmes como A Bruxa de Blair e Cloverfield (o qual, segundo me disseram, é tão eficaz quanto o filme em questão), contando com uma filmagem em primeira pessoa.

O que se consegue com este recurso é algo impressionante em termos de envolvimento. Associada aos excelentes efeitos da edição de som - que se mostram como um dos aspectos fundamentais do filme em conjunto com a forte atuação de Manuela Velasco, que interpreta a repórter Angela Vidal - a câmera de Pablo Rosso se torna nossos olhos e ouvidos, inclusive nos privando dos mesmos sentidos em alguns momentos. Por não contar com uma trilha sonora, preserva-se todo o aspecto cru da narrativa, e o fato de acompanharmos a exploração do prédio onde o filme se passa estritamente pelas lentes da câmera, nos coloca tão limitados como as personagens muitas vezes se encontram (recurso que, em determinada seqüência, é brilhantemente explorado).

Como já citei, a atuação convincente das personagens é outro ponto-chave. Mesmo não contando com nenhuma grande estrela do cinema, a naturalidade com a qual os atores entram em cena (e não confundir naturalidade com apatia) ajuda a completar o conjunto do filme. A dúvida e os questionamentos que surgem logo no início, tanto quanto o desespero que se instala continuamente, são contagiantes (nos dois sentidos, inclusive: entre as personagens e na relação espectador-filme). A curiosidade da repórter Angela Vidal (Velasco) serve como guia para que possamos, aos poucos, nos dar conta da verdadeira situação na qual todos aqueles presentes no prédio se encontram.

Apesar de apresentar-se agitado desde os seus momentos iniciais, confesso que até o final do primeiro ato eu não estava tão empolgado com as seqüências do filme, e ainda permaneci a certa distância do mesmo. Mas [REC] aumenta de intensidade à medida que avança a projeção e o envolvimento é quase que obrigatório. Da mesma forma, as sensações explosivas e a tensão permanente trazidas com o filme vão se tornando mais impactantes, chegando ao ponto de deixar o espectador quase que completamente travado no ato final do filme. [REC] impressiona justamente por não ser como os filmes convencionais de terror/suspense, já que o gênero tem perdido a força nos últimos anos.

Acredito que todos os efeitos sonoros e visuais do filme não possuam o mesmo impacto se forem vivenciados fora de uma sala de cinema, então não perca a oportunidade para vê-lo enquanto ainda estiver em cartaz. Altamente recomendado!

terça-feira, 18 de novembro de 2008

E eu que achava que já tinha visto de tudo...

Já vi diversas formas de preconceito contra meu estilo musical favorito, mas em forma de "estudo científico" é a primeira vez. Aliás, diga-se de passagem, a utilização das aspas neste caso é mais do que necessária, como irei argumentar neste post.

A "pesquisa" em questão encontra-se neste link: http://whiplash.net/materias/curiosidades/080135.html

É inacreditável como que ainda se dão ao luxo de publicar um "estudo" deste naipe. O sujeito utiliza uma metodologia de trabalho desprezível e ainda por cima faz afirmações que demonstram seu total desconhecimento sobre o próprio objeto de estudo. Qualquer um que tenha estudado um pouco de metodologia científica ou que tenha ao menos um mínimo de senso crítico é capaz de perceber como que a falta de critérios beira o absurdo.

  • "Dr. Miller, que liderou o estudo na University of Maryland Medical Centre de Baltimore, disse que as pessoas não deveriam se apegar muito aos resultados (...)". Mas isso é óbvio! Pra começar, a amostra utilizada não possui nenhum peso estatístico. É mais do que ridículo querer demonstrar qualquer relevância científica em um estudo feito com população amostral de 10 pessoas.
  • "Apesar de que pode-se argumentar que a música country é leve, espirituosa e tem muitas canções de amor". Como eu havia dito antes, o prezado Dr. Miller não possui o menor conhecimento sobre seu objeto de estudo e, como se não bastasse, ainda me solta esta pérola! E desde quando o heavy metal não possui músicas com essas características?! Aliás, como diria meu ex-orientador de iniciação científica "vocês precisam definir bem os seus conceitos", afinal de contas estas características são altamente subjetivas e em momento algum ele define o que quer dizer com estes adjetivos.
  • "Os resultados mostraram que as artérias dos voluntários abriram em média 26% mais enquanto escutavam músicas de que eles gostavam mas estreitaram em 6% enquanto músicas 'ansiosas' estavam sendo reproduzidas." Depois de selecionar uma amostra de 10 pessoas, não me surpreenderia se descobrisse que nenhuma delas escuta heavy metal, e é o que parece. O grande Dr. Miller ainda tem a cara-de-pau de taxar o estilo como sendo gerador de ansiedade e estresse, mas se esqueceu de que isso é algo completamente relativo. No meu caso, por exemplo, o heavy metal é algo extremamente prazeroso, no entanto, JAMAIS é estressante como ocorreria se eu estivesse escutando pagode ou rap/hip-hop.
Enfim, o que mais falta neste "estudo" é critério. Vários dados foram omitidos, as variáveis não foram especificadas (ou então, nem mesmo se preocuparam com elas) e o pouco que fizeram ficou mal-feito.

Ah, e não se esqueçam que "a música country, estilo John Denver, foi declarada a mais enriquecedora em termos de saúde"!!! É...parece que alguém capengou para formar na faculdade e ainda por cima recebeu uma grana fudida para fazer este jabá. É cada uma que me aparece...

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Inutilidade do mundo moderno

Quem me conhece de perto sabe muito bem que eu não gosto de conversar no telefone e que possuo uma grande antipatia por aparelhos celulares. Deixo desligado sempre que posso, e isso deixa muitas pessoas extremamente irritadas comigo. Eu definitivamente só uso o tal aparelho porque não tenho outra alternativa ao sair de casa. Antes eu era adepto dos orelhões, mas agora os tempos são outros e esta opção nem sempre é tão conveniente quanto ter um celular em mãos.

Ok, convenhamos: o aparelho tem sim sua utilidade, é claro. E muito. Mas a minha antipatia de celulares não tem sua origem no fato de eu não gostar de conversar por telefone. Vou ilustrar com uma situação real que me aconteceu ontem à noite:

Lá estava eu, prestes a dormir, quando vejo uma propaganda da Nokia na TV. Já sem as lentes de contato, mas com o ouvido ainda muito apurado, eis que eu escuto "blábláblá celular com 8GB de armazenamento!". Agora eu me pergunto: qual a utilidade de um celular com 8GB?!?! Meu primeiro computador não tinha isso tudo no seu HD! (ok, isso foi há milênios). É praticamente impossível um ser humano ocupar todo esse armazenamento apenas com um aparelho celular. Será que a maioria das pessoas tem alguma noção do que vem a ser 8GB em termos de dados digitais? Provavelmente não. E é exatamente aí que entra a questão. Qualquer um que leia isso vai pensar "ah, mas um celular tira fotos, faz vídeos, serve como rádio, mp3 player, gravador digital, navegador de internet, aparelho de TV (acreditem, é verdade...alguns fazem isso), etc". Claro, e daqui a pouco vai lavar roupa, fazer pipoca e, de quebra, um cafezinho também...mas continuam sendo uma mixórdia na função mais básica para a qual deveriam prestar: efetuar e receber ligações.

As pessoas compram aparelhos eletrônicos e pagam por funções das quais não possuem conhecimento e que provavelmente não irão nem desfrutar totalmente. Talvez, quando pararem de brincar de James Bond e Ethan Hunt com esses aparelhos ultra-modernos (e que ainda fazem muitas pessoas reclamarem da "merda do celular") e voltarem a pensar nele como algo destinado às telecomunicações, minha antipatia vá embora.

domingo, 16 de novembro de 2008

"A Conquista do Espaço"

Fui pego completamente de surpresa. Fazer este blog não estava nos meus planos...ou, pelo menos, não nos meus planos atuais.

Apesar disso, eu acredito que ele vai ser um bom companheiro, especialmente agora que as tão sonhadas férias depois de um semestre filho da puta de tão ruim estão chegando. Aliás, este último semestre, apesar de academicamente falando ter sido fraco, conseguiu sugar minhas energias...e como! Mas não estou morto, e se tem uma coisa que funciona perfeitamente bem em mim é o botão do fuck-off - simples e prático de usar! Descobri que eu estava usando muito mal o tempo que tinha disponível e, de certa forma, isso estava me fazendo sentir como se estivesse jogando fora a maior parte dele ficando à toa (sério?!) ou ocupando a cabeça com pensamentos que só serviam para me cansar mais ainda.

Enfim, o tal do semestre está finalmente acabando e eu já tenho planos para voltar a ser feliz junto da grande paixão da minha vida novamente...depois de 4 anos desperdiçados, pra ser mais exato. Não entendeu sobre o que eu estou falando? Provavelmente não, né?! Mas se tudo der certo, em breve eu tocarei novamente no assunto, mas já posso adiantar que não é nada do que você, caro leitor, provavelmente está pensando.