terça-feira, 4 de agosto de 2009

The Bucket List

É, parece que eu levei mesmo a sério essa coisa de férias no mes de julho, afinal o blog caiu mais uma vez no esquecimento, pra variar. E por falar em esquecimento, se tem algo que eu definitivamente não vou mais me esquecer são os itens da minha “Lista de coisas a fazer antes de morrer”. Parece brincadeira, né?! Mas não é.

Ok, reconheço que muita gente fala isso na base da brincadeira e muitos nem mesmo possuem tantos desejos assim a serem realizados antes da morte. Gente simples, sem sonhos e ambições. Mas comigo não, mermão. Aqui a coisa é diferente. Digamos que eu possuía uma lista mental…uma espécie de “acordo” com Deus, no qual a condição intrínseca para que eu fosse comer capim pela raiz seria a realização de todos os itens desta lista. Mas depois de uma conversa no MSN há pouco tempo quando eu comentei que eu não poderia morrer antes de dormir em um colchão d’água, me lembrei que tenho essa lista e resolvi formalizá-la e passar tudo para o papel (ainda que tenha feito isso no Bloco de Notas do pc, enfim…).

Enquanto colocava os itens na lista, fui me lembrando de várias outras coisas que tenho vontade de fazer e a tal lista foi só aumentando cada vez mais. Tá certo, reconheço que isso não é muito justo, já que quanto mais itens eu adiciono, maior será o tempo que passarei aqui na Terra. Mas a vida não é justa e eu também não hahah.

A propósito, o título deste post vem de um filme MUITO BOM, chamado “Antes de Partir”, com o Jack Nicholson e o Morgan Freeman. Admito que foi um dos únicos filmes que achou uma brecha no pedaço de mármore (porque concreto é coisa de pobre) que ocupa o lugar do meu coração. Para quem ainda não assistiu, fica a dica.

Aposto que você está curioso(a) pra saber o que é que eu coloquei nesta lista, certo?! Bom, pois então eu vou colocar a tal lista aqui e comento alguns quando achar necessário. Então, vamos lá:

*Ir a um show do Metallica (FEITO!!! PUTA QUE PARIU!!!)

(Não preciso explicar o motivo deste, certo?! Reza a lenda que em 2010 a banda vem aqui pro Brasil)

*Conhecer pelo menos 1 dos meus ídolos

(Sou doido pra conhecer o Jackie Chan, por exemplo…o cara é foda e ainda é altamente gente boa!)
*Ir no Wacken Open Air

*Ir no Ozzfest
*Conhecer o fundo do mar

(Pelo que vejo na TV, o fundo do mar é sensacional. Ao vivo, então…)
*Ouvir alguém me dizer que ninguém nunca a fez rir tanto quanto eu

(Não me pergunte o “por que”, mas eu sempre fico contente quando posso divertir alguém, então escutar isso de alguém seria muito bom)
*Viajar para Amsterdã

(E viva o hedonismo!)
*Tomar absinto com láudano

(Cara, eu sou doido pra fazer aquele mesmo “ritual” que o Johnny Depp faz no filme “Do Inferno”)
*Ver um lobo cinzento bem de perto

(Sou simplesmente fascinado com lobos)
*Presenciar um fenômeno incrível da natureza

(Aurora boreal, por exemplo…poucas pessoas têm a chance de ver isso ao vivo)
*Ter minha coleção de espadas
*Ter uma coleção invejável de action figures
*Ter a coleção completa dos action figures dos Cavaleiros do Zodíaco

(Quando eu era criança eu queria ter todos, mas eram muito caros. Prometi a mim mesmo que completaria a coleção algum dia, mas os AF pararam de ser produzidos. Eis que em 2006 eu descubro que voltaram e ficaram IDÊNTICOS ao desenho…aí eu vi a luz no fim do túnel novamente)
*Ter minha coleção dos Lego's de Star Wars

(Sou traumatizado por ter tido apenas 1 único Lego na minha infância, e só o ganhei aos 11 anos. Então resolvi que juntaria a fome com a vontade de comer nesta coleção de algo que eu sempre quis ter e de um tema que gosto demais)
*Dirigir uma Ferrari

(Coisa de macho. E se não for em alta velocidade, não tem graça!)
*Apresentar os tatu-bola da FaFiCH pra Kamila (FEITO)

(Afinal, promessa é dívida, certo?! hahah)
*Viajar de navio

(“Io-Ho, Io-Ho/A pirate’s life for me!”)
*Ver neve
*Fazer um boneco de neve bem grande e derrubá-lo com uma voadora

(É, eu acho que ainda sou uma criança hahahah)
*Visitar o túmulo do Bruce Lee

(Simplesmente porque ele foi O MELHOR)
*Dormir em um colchão d'água

(Deve ser bom demais! E não me esqueço do Edward Mãos-de-Tesoura estourando o colchão da menina sem querer hahah)
*Bater em um boyzinho folgado

(Juro que quando tiver a oportunidade de fazer isso eu posto aqui no blog contando o quão boa foi a sensação descer a ripa em alguém dessa raça maldita)
*Me hospedar em um hotel 7 estrelas
*Conhecer a China

(O berço das artes marciais…)
*Conhecer o Japão

(Muita coisa que gosto vem da “terra do sol nascente”, apesar de eu achar que os japoneses são um povo muito estranho…)
*Pular de pára-quedas

(Haja cojones…)
*Conhecer a Isabella pessoalmente (FEITO!)
*Conhecer a Cris pessoalmente
*Ver um furacão

(Só espero sair vivo como espectador…)
*Entrar em um restaurante de luxo e pedir o prato mais caro com a bebida mais cara
*Patinar no gelo
*Ter algo muito raro e que ninguém mais tenha
*Ter um Husky Siberiano

(Bom, se ter um lobo cinzento seria complicado, por que não um cão tão parecido e que gosto desde criança?!)
*Andar de ski e snowboard
*Descer um morro de neve num trenó
*Entrar numa concessionária de carros bem caros e fazer o povo de bobo fingindo que sou rico

(hahahah Esse também vai ser bom…em breve farei isso)
*Entrar numa concessionária de carros bem caros e comprar um deles
*Ser indispensável na vida de alguém
*Ter aventuras sexuais em lugares inusitados

(Sim, tenho alguns lugares específicos de preferência, mas não acho que aqui seja o melhor lugar pra falar sobre isso, né)
*Conhecer o Caribe
*Conhecer Bora Bora

(Um lugar que parece ser de mentira. Mas não é)
*Andar numa montanha russa muito foda
*Andar de limusine

*Ter uma grande tatuagem nas costas com um desenho feito por mim
*Viver, pelo menos, até os 100 com saúde e lucidez

(Até lá eu acho que dá tempo de fazer os outros itens da lista, né?!)

Bom, é óbvio que eu omiti alguns itens na lista, então quem leu vai continuar na curiosidade.

Há algumas coisas que eu já consegui realizar. Não destes itens que estão aí, é claro, mas outras coisas que já me aconteceram e eu não poderia deixar passar batido. Nem tudo foi planejado, como foi o caso de ter sobrevivido a um atropelamento e ter caminhado um longo percurso na chuva de granizo do Apocalipse, mas foi bacana ter passado por isso pra poder contar história.

Enfim, espero conseguir mesmo fazer tudo isso, até mesmo porque a maioria não é nada impossível de ser feita. E também pode ser que eu acrescente um ou outro item à medida que o tempo for passando, já que posso passar a ter novas vontades, ou seja, é um “acordo” bastante flexível!

Hasta la vista!

sábado, 6 de junho de 2009

Shit happens, my friend!

No último domingo meu relógio marcava algo em torno de 11:00 quando acordei e, desde então, até cerca de duas horas depois, eu recebi duas notícias, no mínimo, curiosas. A primeira foi logo que eu liguei para a casa do Hudson pra saber que horas nós iríamos para o chá de bebê da Michelle. A conversa foi mais ou menos assim:

“- Alô!

- Alô? Arnaldo?

- Sim.

- Aqui quem fala é o Alexandre, colega do Hudson. Tudo bom?

- Opa, e aí Alexandre?! Tudo bem sim e você?

- Tranqüilo. Aqui, o Hudson está aí?

- Não. O Hudson ficou no Rio porque ele perdeu o vôo que tinha ontem de noite aqui pra BH. Aí ele não quis pagar a diferença pra pegar o vôo das 06:00 e resolveu voltar de ônibus mesmo. (…)”

Agora eu queria abrir um pequeno parêntese: como é que um indivíduo consegue perder um vôo?! Como?! Até mesmo eu, que não sou a pessoa mais pontual do mundo, nunca perdi uma viagem. Nem mesmo quando eu precisei voltar sozinho dos EUA (normalmente quem me coloca nos eixos pra não atrasar ao fazer as coisas é minha mãe). Confesso que já “cortei um riscado” várias vezes, como na última viagem que fiz pra Nova Guarapari com meu primo e alguns amigos, quando, na viagem de volta, eu inventei de ir trocar um anel que tinha comprado antes que o meu dedo ficasse preto e caísse. Fui correndo em uma das feiras da Praia do Morro, onde eu tinha comprado o tal anel (detalhe: faltavam tipo, 20 minutos para o ônibus sair) e, depois de receber trocentas ligações desesperadas do Bruno, voltei para a rodoviária faltando 2 minutos para o ônibus sair, com aquela cara de “É óbvio que eu ia voltar a tempo. Foi tudo friamente calculado!”. Sem contar que deixar o Bruno estressado é algo fácil e sempre divertido hahahah.

A outra grande pérola desse dia foi a ligação que eu recebi do dito cujo aí em cima, o Bruno. Mais uma vez, vamos recorrer à dramatização da “cena”:

“- Oi.

- Ô mulambo, e aí? Beleza?

- Tranqüilo.

- Tô precisando de uma coisa aqui e acho que você pode me ajudar: onde é que eu vou encontrar algum lugar aberto vendendo piercings hoje?

- Pô, Bruno…mas hoje é domingo, né. Praticamente tudo está fechado. Vai ser meio foda encontrar algum estúdio aberto. Mas aqui…que mal lhe pergunte, é algo tão urgente assim para que você não possa esperar até amanhã?!"

- Bom, é que aconteceu um pequeno acidente. Enquanto tomava o café da manhã, eu engoli a bolinha do meu piercing.

- HAHAHAHAHAH

- Isso, ri mesmo, trouxa. Só porque não é você que está com uma esfera de metal dentro do estômago, né.

- Bom, na pior das hipóteses, você sabe que seu organismo não vai digerir a bolinha, certo?!

- Ahn…

- E você sabe onde é que você vai conseguir reencontrar a bolinha, né?! hahaha

- Ah, claro. E vou colocar de novo na boca, né!?! Prefiro ficar sem o piercing!

- hahahah Eu tava zuando, né. Mas, em último caso…

(…)

- Acho bom que você NÃO comente sobre isso no seu blog pra tirar sarro do meu caso.

- Hahaha beleza. Então falou, té mais.

- Falou mulambo. Até.”

Sem comentários, né?! Sei que ele não vai ficar muito contente comigo por ter exposto o caso aqui, mas foi graças a ele que eu tive a idéia de criar este post. Mas isso foi só o que aconteceu no domingo. O restante da semana tinha mais coisas reservadas, mas com uma pequena diferença: o alvo seria eu. Já na virada de domingo pra segunda eu descobri que o casaco que havia emprestado pra minha colega na festa do sábado acabou ficando no carro da prima da aniversariante (fiquei até feliz com a notícia, já que não seria muito difícil dela esquecer o tal casaco na casa onde foi o aniversário, que fica longe pra cacete). Ah, detalhe…o casaco, pra variar, não era meu e sim do meu pai. Sabia que ele ia ficar me enchendo o saco durante a semana inteira, e não deu outra.

Em uma semana recheada de provas na faculdade é claro que nem tudo iria sair como planejado. Na prova de Psicologia Experimental II, era óbvio que a professora iria colcar questões JUSTAMENTE sobre as poucas coisas que deixei de ler. Pelo menos só perdi 4 pontos por conta disso (em uma prova que valia 15, mas acho que fora isso eu me dei bem). Mas é impressionante como as coisas conspiram para nosso fracasso no caso das provas. Podem dizer que é clichê, mas o pior é que é verdade. Pare e pense em quantas vezes você não sentiu vontade de levantar no meio da prova e dizer ao professor(a) “Porra, que merda é essa?! Como é que você me coloca questões justamente sobre aquilo que eu deixei de ler?! Como se não bastasse a quantidade enorme de textos da matéria, você ainda me faz isso?!”. Ok, pode ser que você nunca tenha sentido tanto ódio assim (não foi o caso desta prova, mas já cansei de ficar puto com coisas assim), mas aposto que você também já passou por isso. Pelo menos fica a lição: quando você se deparar com aquele texto chato ou com aquela nota de rodapé com informações aparentemente inúteis, não deixe de ler, porque certamente cairá na prova.

Murphy…ah, nosso querido amigo que conspira para a infelicidade alheia. Em uma das poucas semanas que deixei de levar os famosos pães-de-mel pra vender na faculdade, até pessoas que não compravam há MUITO tempo, ou mesmo pessoas desconhecidas, vieram me procurar pra comprar. E eu lá, com cara de bunda dizendo “ahn…essa semana eu não trouxe…”. Nessa brincadeira eu devo ter deixado de ganhar mais de 100 pratas. Vê se isso tem base?! Enfim…

Mas para fechar a semana com chave de ouro, eis que chega sexta feira. Um dia bacana, bom pra sair, tomar cerveja com os amigos, dar muitas risadas e descansar merecidamente depois de uma semana fudida. Merda nenhuma. Dormi menos de 6 horas de quinta pra sexta (o que costuma me deixar bastante mau-humorado), acordei as 05:40, e passei o dia INTEIRO na UFMG esperando até cerca de 20:00/21:00, que era o horário da calourada do DCE. Diga-se de passagem, eu nunca havia ido a uma calourada do DCE desde que entrei na faculdade e…… continuo sem ter ido a uma calourada do DCE. Já no meio da tarde, meu amigo Renan me fez o favor de colaborar pra tirar ainda mais o pouco de empolgação que me restava para a festa: “Ah, sei lá…essas calouradas do DCE não são grande coisa não. Já fui e não curti muito.”. Antes eu tivesse dado ouvidos a ele… Assim que cheguei perto da entrada da festa e vi o que me esperava, eu vendi meu ingresso pra uma caloura, dei meia volta e vim pra casa. O lugar estava simpesmente lotado. Mas tipo, MUITO cheio mesmo! “Ah, mas pra uma pessoa acostumada a ir em tantos shows você tá com muita frescura, Alex!”. Pois é, mas acontece que nos shows você fica parado. No máximo, pula ou então entra numa roda de mosh. Agora, imagine a fila pra comprar cerveja na tal festa?! Aposto que dava até pra perder a vontade de beber. Festas com tanta gente assim, estão fadadas ao fracasso. Você não consegue andar, não consegue bebida ou comida e não consegue andar junto do pessoal que está com você (sempre, SEMPRE tem alguém que se perde no meio da muvuca e dá trabalho pra ser encontrado depois). Então, pra que diabos você vai ficar na festa?! Com a maré de sorte, não seria difícil de perder o ônibus de 00:00 e ficar preso na UFMG até o horário do ônibus seguinte, as 02:30, então fui logo embora pra não correr o risco. Este tema sobre festas lotadas e/ou ruins merece um post exclusivo (mais um pra lista!), pra eu não precisar esticar ainda mais este daqui.

Como se não bastasse, cá estou eu, com princípio de gripe e deixando de ir a uma comemoração de aniversário em um restaurante de comida japonesa, com medo de que possa acordar amanhã pior do que acordei hoje. Passei a tarde inteira assistindo desenho animado… está na cara que vou ficar gripado pra valer (isto se eu não for derrubado pela bronquite que me persegue insistentemente todos os anos). Este é sempre um dos primeiros sinais…

Será que isso tudo é o resultado de alguma maldição por eu ter postado aqui sobre o que aconteceu com o Bruno?! Será que é alguma das famosas “pragas de mãe”?! Será que as coisas vão de mal a pior indicando que um futuro feliz me aguarda em breve?! Não perca, no próximo episódio!

PS.: A culpa por ter perdido o vôo não é inteiramente do Hudson, já que a empresa aérea não colaborou com ele, mas ele bem que poderia ter chegado mais cedo no aeroporto, ao invés de botar os pés lá faltando menos de 30 minutos para a decolagem…

domingo, 24 de maio de 2009

Da purrinha ao vídeo-game

Lá vou eu mantendo a incrível freqüencia mensal de posts no blog. Está difícil manter isso daqui atualizado regularmente. Os horários doidos da faculdade e a falta de inspiração (ou então o esquecimento completo) pra colocar qualquer coisa interessante aqui acabaram me atrapalhando. Mas não vamos nos ater a esse detalhe e vamos ao que interessa.

Quem me conhece bem sabe que desde pequeno há uma coisa à qual não resisto: jogos. Desde um simples jogo de Damas aos mais modernos jogos eletrônicos, sempre há espaço pra algum deles ocupar. Eu já fiz até mesmo uma famosa aposta que valia um presente especial pelo resultado de uma partida “melhor de 3” no Campo Minado do MSN (partidas muito acirradas, diga-se de passagem). E sempre tive quem me acompanhasse nas jogatinas, em especial, meus primos. Aliás, história pra gente contar sobre isso é o que não falta. Quando eu era um batutinha, com uns 5 anos de idade, conheci aquilo que iria mudar minha vida para sempre: o LENDÁRIO Super Nintedo. O que o meu dedão esquerdo sofreu com isso não está escrito nos outdoors. Jogávamos, literalmente, até o dedo ficar ferido e com bolhas. O que a gente tinha na cabeça?! Não sei, mas pelo menos tivemos infância hahah. E nossa infância deu pano pra manga. Vou até fazer um momento flashback aqui no blog contando alguns casos, mas não agora.

“Ah, não! Puta que o pariu! Parei de jogar!”. Talvez essa tenha sido a frase que nós mais escutamos durante nossos jogos. Não dá pra falar de jogos sem falar de uma coisa que sempre caminhou de mãos dadas com a gente: as brigas e confusões. Qualquer um que estiver lendo isso vai pensar “Ah, mas às vezes rola uma discussão mesmo. É normal”. “Às vezes” o cacete, mermão! Quer a gente estivesse jogando purrinha ou vìdeo-game, era raro a gente conseguir jogar qualquer coisa que fosse sem que alguém tacasse lenha na fogueira. Claro que isso não acontecia TODAS as vezes, mas as provocações e a competitividade também não eram visitantes tão ausentes assim. Aliás, até hoje isso acontece, já que não paramos de reunir pra jogar depois que ficamos mais velhos. Tanto é que eu NUNCA consegui terminar uma partida de War, vê se isso tem base?! Também já perdi a conta de quantas partidas de Imagem & Ação, Perfil, Master (o jogo produtor de pérolas em potencial), Combate, Mau-Mau, Palavras-Cruzadas e, acredite, até mesmo Damas ficaram pela metade depois de alguém soltar a primeira faísca. E a lista de jogos incompletos não pára por aí. Mas se tem um jogo aí no meio que desperta o ódio em meu coração só de escrever o nome dele é o tal do Palavras-Cruzadas. Jogo dos infernos, viu… Esse trem rendeu um quebra-pau tão grande em uma viagem que fizemos pra praia de Nova Guarapari em 2004 (se não me falha a memória; e ela não costuma falhar) que eu acho que nunca mais joguei o maldito jogo de tanta raiva que passei. Culpa da minha mãe. Se não fosse ela com o péssimo hábito de meter o bico de fora do jogo eu não teria começado a ficar impaciente (tudo bem que eu também não sou santo, mas minha mãe não colabora, né); como se não bastasse, alguém cismou com algo que eu fiz no jogo e eu não concordava nem a pau. O resultado disso foi desastroso, é claro.

Você deve estar se perguntando o que é que acontece para que a gente brigue tanto nos jogos, já que isso era pra ser uma coisa divertida, certo?! E é divertido, eu nunca disse o contrário. Acontece que a gente sempre teve a mania de ficar fazendo provocações durante o jogo, o que deixa qualquer um puto, ainda mais se estiver perdendo. Outro problema vem das malditas regras do jogo, já que sempre aparece alguém pra discutir alguma regra com a qual não concorda; ou então quando descobrem que alguém está roubando. E o responsável pelo início das confusões poderia ser qualquer um (apesar de que, há um certo alguém em especial que era MESTRE pra riscar o fósforo, mas eu não vou contar que se trata do Gabriel). Eu mesmo não me esqueço de uma partida de Mau-Mau que eu estava jogando com mais 3 primos e que não acabava nunca. Depois de tanto desgaste o jogo acabou quando descobriram que eu estava roubando para a partida acabar mais depressa (essa vai pro pessoal da faculdade: não, eu não roubei nas partidas de Mau-Mau que jogamos até agora). Mas ainda que nossos jogos costumem acabar em confusão, não dá pra negar que adoramos nos reunir pra jogar e que a gente sempre se diverte muito, o que rende boas risadas e muita história pra contar.

Confesso que havia um bom tempo que eu não jogava nada com freqüência, mas neste ano (que está sendo infinitamente melhor do que o anterior) eu encontrei calouros que são realmente animados e formam um grupo incrível de pessoas. Não que eu esteja desmerecendo as turmas anteriores, mas até agora a turma de 2009-1 tem me saído melhor do que a encomenda já que, além de animados, são também ótimas companhias. Consegui até mesmo marcar um dia de jogatina com o pessoal aqui em casa! Enfim, com o aparecimento desses calouros os jogos viraram rotina, e o banco de concreto próximo ao D.A e o corredor das salas de Filosofia depois do almoço viraram parada obrigatória toda quarta e sexta. Este ano está dando tão certo que até mesmo os meus primos FINALMENTE conseguiram concretizar a profecia de 8 ou 9 anos atrás (queeeee isso!) e compraram um Playstation 2 (o plano de quase uma década atrás era comprar, obviamente, o Playstation 1). Isso é surreal! hahahah. Ter tido a oportunidade de juntar novamente com eles pra jogar vídeo-game e destruir meu dedão foi impagável. Só não vou contar a novela dos 2 com essa compra porque o post já está grande demais, então acho melhor deixar pra depois.

Ainda que todos os primos não se reúnam pra jogar há um bom tempo, eu continuo mantendo o hábito lá na faculdade. Meus decks de baralho, pelo menos, não saem mais de dentro da mochila. Agora, se o famoso ditado envolvendo jogos é mesmo verdadeiro ou não, isso eu vou descobrir em breve…

sábado, 18 de abril de 2009

Em algum lugar no tempo... [2]

No último post eu disse que contaria sobre os bastidores do show em um post à parte. Pois então, aqui está ele.

Podemos começar com os momentos finais antes de sair de casa em direção à Praça da Liberdade, o local de onde os ônibus da excursão partiriam. Desnecessário dizer que minha mãe e meu primo, Gabriel, estavam pegando no meu pé por conta da típica enrolação que eu arrumo sempre. Os ônibus tinham horário marcado pra sair às 23:59 (caralho, como eu tenho antipatia de coisas "imprecisas". Por quê não colocam 00:00 de uma vez?! É que nem "loja de R$ 1,99" – as mesmas que vendem coisas de todos os preços, menos no valor anunciado. Arredondem as coisas, é tão difícil assim?!?!) e nós fomos sair daqui de casa umas 23:40. Tudo bem que a distância daqui até a praça é relativamente curta, mas ainda que o Gabriel tenha inventado de comer um maldito sanduíche no Xodó em cima da hora e com apenas 1 caixa funcionando, o vilão da história pelo atraso ficou sendo eu. Bacana, né?! E eu lá segurando as pontas enquanto escutava o povo de reclamando de dentro do ônibus e o bonitão da bala chita lá, andando tranqüilamente com o lanche nas mãos.

Atrasos à parte, a viagem foi BEM MAIS TRANQÜILA do que a do ano anterior. O pessoal do Black Metal resolveu não aparecer pra colocar Belphegor às 02:00 e deixar o som comendo solto a viagem inteira. Mas rolaram palhaçadas, como sempre, e foi muito engraçado. Mas é óbvio que eu não dormi direito na ida.

São Paulo, 10:30 do dia 15 de março de 2009. Colocávamos nossos pés pra fora do ônibus em direção à fila. E que fila, puta merda! Por mais que a gente andasse não conseguíamos ver o final dela – nosso destino fatídico, já que dessa vez eu dificilmente encontraria algum conhecido bem-posicionado na fila novamente. Mas é exatamente aqui que acontece a segunda melhor parte da viagem depois do show propriamente dito. Se em uma fila de um show “comum” em BH já da pra presenciar coisas altamente bizarras, imagine em um show desse porte e na maior cidade do Brasil!?! A começar pelas situações complicadas, como a jornada que eu e o Gabriel começamos em busca de um banheiro decente pra passar um fax destinado ao rio Tietê. Depois de uma busca incansável enquanto nosso contato na fila guardava nosso lugar e as coisas que garantiriam nossa sobrevivência até a hora do show, encontramos “um achado”. Ainda bem que descobrimos o lugar antes que a mulher começasse a cobrar pelo uso hahahah. Mas, de qualquer forma, o sol castigava, e não é fácil manter-se durante horas e horas na fila ainda que estivéssemos mais “leves”.

A coisa toda começou a ficar bizarra mesmo na hora em que uma bendita equipe de reportagem da TV Cultura resolveu aparecer pra fazer uma matéria sobre o show. Cara, como eu ri. Bom, vamos à descrição do curioso “casal” de repórteres: a mulher era MUITO gata, mas Barbie demais a ponto de denunciar que ela não fazia a menor idéia do que se passava ali e que, definitivamente não fazia parte daquele ambiente; quanto ao homem, era um cara com um moicano tão estranho que levou o povo a começar a gritar “Bob! Bob!” (sim, o da Família Dinossauro!), com alguns spikes no pulso e um visual meio punk, ou seja, nada a ver com nada. Tudo bem que eles não precisavam estar com camisas do Iron para fazer a matéria, mas ainda que aquilo tudo fosse um teatro da parte deles, deviam pelo menos ter pesquisado um pouco antes, né?! Enfim...

Mas tirando as palhaçadas que o povo fazia ao pegar no pé do cara ou ao chamar a menina de “gostosa”, engraçado mesmo foi ver as tentativas de entrevistas. Sim, TENTATIVAS. Aposto que aquela foi a matéria mais difícil da vida deles hahaha. Sempre que uma entrevista com algum fã que estava na fila começava a fluir, algum espírito de porco resolvia avacalhar – e sempre havia um bando pra acompanhar, é claro. Eu estou caçando algum vídeo disso no You Tube e não encontro nem fudendo. Quando encontrar eu posto aqui.

Lá pelas tantas, enquanto nos distraíamos parados na fila e assistíamos as tentativas de entrevista, o céu simplesmente fecha do nada e começa a cair um pé d’água brutal. E quando digo brutal é porque realmente foi exageradamente forte e ventando muito. É ÓBVIO que fiquei completamente encharcado (pode parecer uma observação idiota, mas quem convive comigo sacou o motivo do comentário e provavelmente está rindo da minha cara neste momento, não é mesmo Srta. Ju?!) e não tive nem chance de me proteger e, como se não bastasse, a sensação térmica caiu bastante em contraste com o calor fudido de antes. Na mesma hora me lembrei dos vendedores aleatórios que passavam pela fila dizendo “Olha a capa de chuva! Previsão pra hoje é de chuva!”. Malditos. E é claro que nessa hora surgiram mais vendedores por brotamento, provavelmente. Acho que a coisa funciona mais ou menos no mesmo esquema dos Gremlins quando cai água sobre eles.

A chuva, da mesma forma como chegou, foi embora – do nada. A fila andou e, com um pouco de custo, entramos no autódromo de Interlagos. O lugar é gigantesco, mas devido à contribuição da Mãe Natureza, as partes gramadas se transformaram num verdadeiro lamaçal. Fomos espertos o suficiente e garantimos nosso lugar onde era asfaltado e com boa vista do palco. Dessa vez meu 1,68m não seria um problema muito grande pra visualizar o palco direito. Enquanto esperávamos até que a noite caísse e começasse o show de abertura, nos divertimos bastante com os escorregões e outras coisas engraçadas providenciadas pela lama. Aliás, foi nessa hora que um gordinho resolveu subir um morrinho na lateral do espaço reservado para o show e começou a pular de barriga, deslizando morro abaixo. O cara virou a sensação do momento e a galera toda virou pra trás e começou a assistir ao “espetáculo” do gordinho – que depois recebeu a companhia de mais uns 3 caras sem noção. Isso durou até o momento em que ele não tinha mais forças pra subir o morrinho e já estava tão tonto que provavelmente nem deve se lembrar de nada direito. Mas sou capaz de apostar que no dia seguinte, com a ressaca e os hematomas, ele deve ter se lembrado.

Finalmente, a noite caiu e daí pra frente vocês já conhecem a história...

Terminando o show, o lugar se transformou num caos e levamos quase 1 hora pra sair de lá. Se dependesse do Gabriel pra encontrar o nosso ônibus, estaríamos até hoje procurando por ele em São Paulo... Por fim, entramos no ônibus e dormimos como crianças na viagem de volta.

A propósito, aí vão alguns vídeos do gordinho escorregando morro abaixo na lama!

terça-feira, 17 de março de 2009

Em algum lugar no tempo...

Após 3 meses sem postar neste blog eu resolvi baixar aqui pra tirar a poeira e as teias de aranha para falar sobre uma das coisas mais incríveis que já presenciei até hoje (eu fiquei muito tempo parado porque estive completamente à toa durante as férias...como não acontecia nada de interessante, eu não tinha nada para postar por aqui).

Semestre novo, calouros novos, nova rotina, novo show do Iron Maiden...Opa! Outro show no Brasil em um intervalo de apenas 1 ano?! Sim, e digo: foi "ducaralho"! Mas vamos voltar um pouco no tempo, quando tudo começou, e depois eu retorno neste ponto.

Bom, tudo começou quando meus pais se conheceram, em 1980 e...(ok, não precisamos voltar tanto no tempo).

Quando comecei a escutar heavy metal, eu estava com 14 anos de idade e a banda que serviu como o gatilho para a paixão que eu iria desenvolver fervorosamente nos anos seguintes foi o Metallica (que se tornou minha banda favorita desde então). Acontece que, enquanto eu estava me viciando em Metallica, meu primo (Gabriel) não parava de escutar o Iron Maiden, o que gerava certa "rivalidade" (coloco entre aspas porque nenhum de nós desconsiderava a qualidade da banda que o outro escutava) entre nós dois sobre qual das duas era A banda. Mas essa "rivalidade" desapareceu rapidamente e quando me dei conta eu já estava contaminado pelo som do Maiden.

Pouco menos de 1 ano após isso, o Iron Maiden veio ao Brasil, em 2004, mas não pude fazer mais do que acompanhar as notícias sobre o show na TV. 5 anos de espera e finalmente eu e o Gabriel pudemos ver a Donzela de Ferro em março de 2008, pela 1ª vez, em São Paulo. E, como todos dizem: a 1ª vez é inesquecível. Como se não bastasse, a turnê, nomeada "Somewhere Back in Time", iria englobar as músicas dos três maiores álbuns da banda (pra quem nunca reparou, o nome do meu blog veio de um destes álbuns, como uma homenagem e por uma escolha de significado pessoal), da era conhecida como "The Golden Years", em uma verdadeira volta aos anos 80 e um festival de clássicos. Oportunidade única. Todos que vieram conversar comigo pra perguntar sobre o show sabem que meus olhos se encheram d'água ao ver a banda subindo no palco ao som de Aces High, assim como em outras músicas. Foi uma experiência marcante e, apesar de não ter conseguido visualizar o palco direito por causa da altura extremamente baixa (do palco.......e por causa da minha altura também hahah) eu saí do estádio com um sorriso de orelha a orelha, enquanto olhava pro meu primo, que sorria de volta refletindo a satisfação por ter estado ali, no meio de 40 mil pessoas enquanto presenciávamos a performance da banda britânica. Aliás, talvez o mais incrível tenha sido duas coisas em especial que o destino me reservou naquele dia: uma delas foi a oportunidade de poder ter acompanhado aquilo tudo ao lado do meu primo (e nós nem sabíamos o que nos esperava no ano seguinte); a outra foi uma coincidência um tanto quanto curiosa que envolve uma pessoa que não vou citar o nome aqui, pois ela sabe quem ela é, e isso já é o suficiente. Enfim, coisas da vida.

O ano de 2008 foi chegando ao fim e a notícia vem em peso novamente: Iron Maiden de volta ao Brasil em março de 2009 para a parte final da "Somewhere Back in Time - World Tour". Planos foram feitos (ainda que alguns não tenham dado certo, infelizmente) e, novamente, eu e o Gabriel com nossos ingressos na mão apenas esperando pelo dia 15/03/2009. E agora eu retorno para aquele ponto em que havia parado no começo do texto. Vou pular várias partes - que pretendo comentar em outro post exclusivo pra isso - e ir direto para o que interessa. Não pretendo fazer aqui um review da apresentação da banda. Pra quem estiver afim de ler isso, procure no Whiplash que você vai encontrar reviews aos montes.

Assim que as vendas foram anunciadas, fiz questão de garantir nossos ingressos nos primeiros minutos de venda, para o show de São Paulo. Acontece que após algum tempo, anunciaram uma data em BH, o que me fez pensar sobre que rumo eu iria tomar, mas acabei me decidindo pelo show de São Paulo mesmo, e o Gabriel também me acompanhou nesta decisão: foi a escolha mais do que correta.

Ainda que o 1º show tenha sido mais marcante, esta última apresentação foi ainda mais espetacular, superando todas as expectativas. Tanto que não conseguíamos acreditar naquilo que nossos olhos viam (e dessa vez nossos olhos REALMENTE viam o palco). Posso afirmar com certeza absoluta de que foi o melhor show de toda a minha vida até o momento. A banda ainda é a mesma e o setlist sofreu poucas modificações de 2008 pra 2009, mas ver o palco completo com os efeitos pirotécnicos e tudo mais é algo sem igual. E o melhor de tudo era saber que a promessa feita pela banda de que aquele seria o maior show JÁ FEITO na América do Sul, estava sendo cumprida: a banda juntou nada mais, nada menos do que 63 mil pessoas no autódromo de Interlagos, o que veio a se tornar oficialmente o maior público do Iron Maiden em um show exclusivo da banda. Não sei se vocês têm alguma noção do que isso vem a ser, visualmente falando, mas imaginar esse público ou ver pela TV não é, NEM DE LONGE, a mesma coisa que ver ao vivo. Pouco antes de o show começar, eu subi nos ombros do Gabriel pra dar uma olhada ao nosso redor e simplesmente não conseguia acreditar naquilo que eu via. Esta certamente foi uma das cenas mais impressionantes que já tive a oportunidade de ver ao vivo. Se no show do ano anterior nossa satisfação já foi imensa, neste último ela superou tudo o que eu poderia imaginar. Não dá pra explicar em palavras a sensação que vem assim que as luzes se apagam e a música de introdução começa a tocar enquanto você espera ansiosamente pelo momento em que a banda sobe ao palco - quem já passou por isso sabe do que estou falando. Isto acontece comigo em todos os shows que vou, mas com 63 mil pessoas vibrando de ansiedade e emoção ao seu redor, a intensidade desta sensação é multiplicada de forma inimaginável. De quebra, ainda participamos de um momento histórico para a banda. Ver o Iron Maiden ao vivo é uma experiência pela qual todos que curtem uma boa música deveriam passar. Simplesmente incrível.

A banda deixou o palco com a promessa de um álbum novo em 2010 e uma nova passagem pelo Brasil em 2011. Mais uma vez estarei presente. Agora só estou curioso pra saber como vai ser o show em BH no "excelente" ginásio Mineirinho, amanhã. Quinta feira eu descubro isso hahahah. Pra fechar com chave de ouro em homenagem a toda essa história que começou em 2003:

Up the Irons!

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

"Há poucos que já foram, e muitos que nunca serão"

O tema sobre o qual vou escrever dessa vez surgiu por acaso, enquanto eu escrevia o parágrafo introdutório para um outro assunto, que resolvi abordar em outra ocasião. Logo que eu citei meu exame especial de Estatística II neste post que estava escrevendo, eu apaguei todo o parágrafo introdutório para escrever sobre uma das coisas que mais me incomoda na faculdade. Aliás, creio que este tema agrade bastante algumas pessoas do meu círculo de amizades, em especial o Carlos e o Hudson, já que rendeu inúmeros debates entre nós.

Vamos ilustrar a situação: um estudante de Ensino Médio/Fundamental não consegue se dar bem em alguma matéria e, por esse motivo, se vê obrigado a realizar uma prova de recuperação; agora imaginem a mesma situação com um estudante universitário. Acontece que o universitário não faz prova de recuperação...ele faz "exame especial". Ah, mas que frescura! E qual a diferença?! O cara tá no bico do urubu tanto quanto o outro, mas como ele está na faculdade o nome fica mais bonitinho. E não é apenas isso. Quando o sujeito é expulso da universidade, ele não é expulso...é "jubilado". Chique, né?! Afinal de contas, ele já não é um estudante comum de colégio, certo?!

O que acabei de escrever no parágrafo acima nada mais é do que uma simpes implicância minha, mas que serve como alavanca para aquilo que verdadeiramente me incomoda. Sinceramente, não sei qual é a razão por trás dessas mudanças inúteis que são incorporadas no meio acadêmico, mas essas que citei são apenas amostras das tentativas ridículas das pessoas de tentarem fingir que as coisas são diferentes agora que se encontram na universidade. Pura vaidade; puro teatro. E é exatamente sobre isso que gostaria de discorrer dessa vez. Concordo que a realidade universitária seja sim, diferente da realidade enfrentada nos colégios em diversos pontos e deve ser encarada com maior seriedade, uma vez que partimos do pressuposto que o curso escolhido está nos formando para aquilo que será o caminho que seguiremos para o resto de nossas vidas - ainda que seja apenas o primeiro passo nessa direção. Mas a bem da verdade, é apenas uma troca de roupa. Acontece que alguns acham que basta colocar a nova roupa para que a transformação ocorra; é como alguém que veste um traje de gala e finge um comportamento elegante, mas em sua essência continua sendo tão insignificante como antes. Muitos acreditam que basta entrar para a faculdade para que se transformem em novas pessoas, mais sofisticadas intelectualmente, como se "estar na universidade" fosse condição intrínseca para maturidade pessoal e acadêmica, mas a coisa não fuciona bem assim. Tanto é que eu conheço muitas pessoas que, apesar de estarem se graduando em algum curso, continuam sendo um tanto quanto imaturas, seja no aspecto psicossocial ou acadêmico. Por outro lado, aproveitando-se da crença que "estar na universidade é sinônimo de amadurecimento", algumas pessoas adotam uma postura pseudo-intelectual que serve apenas como fachada. E é exatamente a adoção dessa postura que me incomoda, mesmo porque a maioria esmagadora (para não dizer absoluta) dessas pessoas é completamente medíocre e com capacidade extremamente limitada. Eu não me surpreenderia se encontrasse algumas das pessoas que estudaram no meu antigo colégio e que não tinham absolutamente nada na cabeça agindo como se fossem melhores agora que estão na faculdade. Muitas dessas pessoas chegaram, inclusive, a passar para a melhor universidade de Minas Gerais, e uma das melhores do Brasil: a UFMG. E aí a coisa fica ainda mais interessante.

Passar no vestibular da UFMG também não é sinônimo de superioridade acadêmica/intelectual. Conheço pessoas que seguem o caminho perfeito para se tornarem péssimos profissionais, empurrando o curso com a barriga e/ou com uma mentalidade ridiculamente infantil. Tomando como exemplo meu próprio curso, conheço muitos que se tornarão psicólogos enquanto outros se tornarão Psicólogos. Já fui obrigado a assistir algumas apresentações de seminário que beiram o absurdo de tão ridículas para um padrão que se espera na faculdade. Mas também fui obrigado a suportar as atitudes de uma professora que encarava os alunos como uma turma de primário. E não estou exagerando quando digo isso, levando-se em conta que presenciei uma das aulas mais idiotas que já tive até hoje, ministrada por essa professora, e olha que já estamos caminhando para a metade do curso. Dois lados de um mesmo problema. Mas vamos voltar nossos olhares para os estudantes. 

Concordo em grande parte com um polêmico professor que eu tive no 1º período que costumava dizer que nós, estudantes de graduação, ainda somos medíocres no que diz respeito a leituras acadêmicas e produção de conhecimento. Acontece que alguns adotam essa postura até o final do curso ou então agem como verdadeiros atores fingindo alguma mudança, enquanto outros, de fato, correm atrás de um avanço pessoal e assumem verdadeiramente um compromisso com a vida acadêmica. Pode parecer confuso para alguns se eu de fato defendo a mudança de postura dos estudantes ou não. Defendo sim a mudança de postura, desde que não seja algo fingido e ilusório, e que o indivíduo não caia no erro de acreditar que a transformação é automática ao dizer "eu sou um estudante universitário", ostentando esse discurso como se fosse um troféu. Se a pessoa não correr atrás de uma mudança real, tudo vai continuar no mesmo lugar: um aluno em sala de aula REproduzindo conhecimento.

Agora, se me permitem, vou voltar aos estudos para o meu exame especial.

domingo, 14 de dezembro de 2008

Review de filme: Cloverfield




Finalmente! Depois de uma longa espera, consegui assistir ao filme que tanto quis ver no cinema enquanto ainda estava em cartaz e que - não me lembro o motivo - acabei não conseguindo. Como podem imaginar eu estou bastante satisfeito com o resultado, por outro lado, completamente enfurecido por ter perdido a oportunidade de vê-lo na telona, já que se trata de um daqueles filmes que eu digo que foi feito para ser visto especialmente no cinema (aliás, qual filme não fica melhor no cinema?!). Fazer o que, né? "Ah, então você se fudeu, Alex! hahah". Que nada, meu amigo. Posso não ter visto o filme no cinema, mas consegui uma aproximação muito boa disso com meu novíssimo sistema de Home Theater 5.1 mais uma placa Sound Blaster Live! 24-bit, transformada em um sistema X-Fi Xtreme Audio! HAHAHAHAHAH!

Enfim, vamos ao que interessa: o filme. Cloverfield, para quem não se lembra, é um filme no estilo A Bruxa de Blair, que citei ao escrever meu review sobre [REC].

Sinopse: Cinco jovens novaiorquinos dão uma festa de despedida para um amigo na noite em que um monstro do tamanho de um arranha-céu ataca a cidade. Contado do ponto de vista da câmera de vídeo deles, o filme é um documento de suas tentativas de sobreviver ao mais surreal e aterrorizador evento de suas vidas. (Fonte: Cinema em Cena)

Assim como em [REC] (e me perdoem desde já, mas as comparações entre dois filmes são inevitáveis), palmas para a idéia de fazer o filme na perspectiva em primeira pessoa, neste caso, trazendo à tela a perspectiva da população perante a catástrofe, o que muitas vezes nos remete às sempre presentes "filmagens de um cinegrafista amador" que acompanham os mais curiosos fatos mundo afora (aliás, me impressiona como é que SEMPRE tem alguém com uma câmera em mãos pra documentar coisas inacreditáveis). As semelhanças notadas com os desastres de 11 de setembro e as filmagens de cinegrafistas amadores (eles...sempre eles...) nesta data mostrando o desespero da população não são mera coincidência, como diz o ator Michael Stahl-David nos extras do DVD. E por falar em desespero, o filme nos passa essa sensação com eficácia, e até me espantei ao descobrir que, em várias cenas, os atores se preparavam fisicamente durante alguns minutos para já entrar em cena com a respiração pesada e ofegante sem precisar fingir isso.

Talvez o maior trunfo de Cloverfield tenha sido todo o mistério envolvendo a sua produção e que não decepcionou os espectadores ao estrear no cinema. Eu descobri o filme por acaso, durante o tempo em que acompanhava diariamente o blog de publicidade Brainstorm #9. Ninguém sabia absolutamente nada sobre o filme, nem mesmo qual seria seu verdadeiro título, e então começou uma enorme caça aos easter eggs relacionados ao filme, sempre enigmáticos e, por essa mesma razão, eficientes. Seguindo essa linha de mistério, o próprio filme nos mantém sabendo o mesmo tanto que suas personagens sobre aquilo que está ocorrendo em NY, ou seja, absolutamente nada. Isso contribui para prender a atenção do espectador, uma vez que descobrimos o que se passa no mesmo ritmo das personagens. Se alguns críticos apontaram uma falha em [REC] no momento em que este tenta se justificar (e eu não concordo nem um pouco com esta crítica), não podem dizer o mesmo de Cloverfield.

Contando com uma edição de cortes secos, fotografia propositalmente mal-enquadrada e, mais uma vez, trazendo grande tensão nos momentos em que a iluminação do ambiente não contribui para ajudar as personagens (que têm de recorrer aos limitados - porém eficientes - recursos da própria câmera), Cloverfield emprega dinamismo ao mesmo tempo em que gera desconforto e certa dose de desespero ao espectador, já que este não consegue acompanhar tudo que se passa durante todo o tempo. O efeito de flashbacks causados pelos acidentes da fita que já se encontrava dentro da câmera, que ocorrem espontâneamente ao longo do filme, trazem consigo certa melancolia no momento em que nos deparamos com um passado agradável e que entra em contraste com o futuro caótico que os aguarda. Mesmo não sendo tão cru quanto seu semelhante, já que Cloverfield se apoia muito nos efeitos visuais, também acerta ao não inserir uma trilha sonora, pois isso certamente iria arruinar o clima gerado pelo filme.

Apesar de não ser tão intenso quanto [REC], nem por isso deixa de merecer seu posto. O filme faz por merecer e ocupa um lugar de destaque por suas qualidades. Ainda estou arrependido de não tê-lo visto no cinema, mas há boatos quanto a uma continuação independente do primeiro filme. Sinceramente, não aposto todas as minhas fichas de que vá ser uma experiência tão marcante; por outro lado, aposto TODAS as minhas fichas de que o remake norte-americano de [REC] (o filme Quarentena) vai ser um desastre perto do original.

Como tive a oportunidade de vê-lo em DVD, aproveito para comentar rapidamente sobre os bons extras que o disco traz, contendo muitas curiosidades sobre a criação do filme e como fizeram para mantê-lo em segredo (ou quase isso). E se a personagem da bela atriz Lizzy Caplan (Marlena) se mostra calada e não muito simpática durante o filme, atrás das câmeras a atriz é bastante divertida.

Desapontado por eu não ter escrito uma palavra sequer sobre o tal monstro responsável por toda a desgraça que ocorre no filme? Assista e descubra o monstro por si mesmo...eu não prentendo estragar a surpresa.